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O maestro da partida

17/04/2011

Pedro Ernesto Denardin (o segundo de baixo para cima) é o influente narrador da Rádio Gaúcha. Crédito: SporTV

Greice Gomes
greiceg@gmail.com

O papel do narrador esportivo enquanto mediador entre o jogo e o público é o tema central do trabalho “Futebol e Rádio – o narrador como o condutor do espetáculo”, de Tiago Riter dos Santos. A monografia, escrita em 2001, foi orientada pela professora Sandra de Deus.

O trabalho é dividido em três partes: a primeira é dedicada ao relato sobre a evolução do futebol, desde sua criação até a chegada no Brasil. A segunda parte relata o desenvolvimento das transmissões esportivas com foco no rádio. Por fim, a terceira parte discute a maneira como o narrador influencia na recepção do jogo pelos torcedores.

Sobre a tarefa do narrador, Santos diz que “(ele) tem a responsabilidade de comandar a transmissão de informações a uma gama de desconhecidos receptores” (p. 52). O autor afirma que o narrador são os olhos dos ouvintes. Sem ele, não é possível “enxergar” o jogo.

O desenvolvimento tecnológico, por outro lado, representou algumas dificuldades para os profissionais do rádio. Nas décadas de trinta a sessenta o rádio era um aparelho pesado e fixo, o que dava ao narrador total responsabilidade sobre a cobertura esportiva. Com o advento do rádio portátil, os torcedores passaram a ir aos estádios com o radinho de pilha no ouvido. O problema disso? “(…) o radinho acabou com a carreira de alguns narradores” (p. 62), pois os famosos “chutadores” começaram a ser desmascarados pelo público.

O autor conclui que o narrador é, portanto, o maestro que conduz a partida. Ele precisa estar o tempo todo informando o ouvinte sobre o que está acontecendo no campo sob pena de o torcedor mudar de estação.

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